terça-feira, 17 de novembro de 2009

Projecto "Porto de Futuro": Daniel Bessa insistiu na necessidade de apostar na Educação


O auditório da Escola E. B. 2, 3 do Viso foi pequeno para escutar o economista Daniel Bessa, num recente encontro promovido pelo projecto da CMP "Porto de Futuro", que teve por mote a "Educação: o Mais Valioso dos Activos".

Ana Farinha, Directora do Agrupamento do Viso, considerou "fundamental a motivação dos professores na promoção de uma cultura de exigência", que qualificou como "o lema do nosso Agrupamento", no que foi secundada por Guilhermina Rego, Vereadora do Pelouro do Conhecimento e Coesão Social da Câmara Municipal do Porto, para quem "a educação se assume como um princípio nuclear na transformação da sociedade".

Coube a Daniel Bessa abordar os fundamentos da escola actual, perspectivando-a na vertente económica. "Um activo é um valor fundamental, transaccional, capaz de manter e criar riqueza. Nessa lógica, a Educação é um activo fundamental, um investimento único, no qual as famílias devem apostar", afirmou o conhecido economista, que ocupou a pasta da Economia, Indústria, Comércio e Turismo, no governo liderado por António Guterres.

Para Daniel Bessa, que partilhou o exemplo familiar aquando da escolha do seu futuro profissional, é "incoerente que muitos pais se queixem de não terem condições" para apoiar a formação dos seus filhos, "quando conduzem BMW".

Crítico em relação à postura do Estado, que no seu entender erra ao não criar condições que permitam aos estudantes e famílias frequentar as melhores escolas, o economista lançou um desafio: "É extremamente importante que os jovens olhem para o seu futuro de um ponto de vista prático".

"Os futuros empregadores não querem saber a nota do curso, querem é saber o ambiente da sua formação, os livros que leram, as exposições que visitaram, as viagens que fizeram, e nesse sentido, os professores que tiveram. As regras do jogo devem ser conhecidas e não pode haver surpresas nesta matéria", alertou.

Tomando como exemplo as melhores universidades europeias, valorizou a oportunidade de conhecer o estrangeiro, afirmando compreender a decisão daqueles que abandonam Portugal para prosseguir formações e mesmo uma vida profissional no estrangeiro.

"Não nos podemos dar ao luxo de não apostar na educação! Confesso que não tenho pena daqueles que viajam para fora, porque ficam melhor do que nós!", concluiu.

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